sábado, 14 de fevereiro de 2009

A inovação e a gestão de conhecimento

Para facilitar o nosso entendimento vamos combinar que inovação é :
A concepção de novo produto ou processo produtivo, bem como a agregação de novas funcionalidades ou características ao produto ou processo que implique melhorias incrementais e efetivo ganho de qualidade ou produtividade, resultando em maior competitividade no mercado”

Essa definição é usada pelo Sistema SEBRAE no documento Diretrizes para Atuação do Sistema SEBRAE em Acesso á Inovação e a Tecnologia , mas acho que podemos pega-la emprestada. O pessoal do SEBRAE não vai reclamar.
Em ultima analise, podemos dizer que quando um negócio inova, ele encontra uma forma diferente de fazer o que todos os outros fazem. É por essa diferença obtém um retorno melhor, seja porque consegue ter um custo mais baixo ou porque a diferença é percebida pelos clientes, que se dispõe a pagar mais por ela.
Legal! Então podemos dizer que o segredo é parte do processo da inovação, pois enquanto os meus concorrentes não sabem o que o meu negócio faz de diferente, eu tenho uma vantagem competitiva, que Schumpeter chamava de Lucro de Monopólio.
Essa verdade que funciona muito bem da porta para fora, quando aplicada da porta para dentro pode trazer resultados desastrosos. Quando dentro de um negócio ou empresa, não existe um ambiente de colaboração e compartilhamento de conhecimentos é muito mais difícil o desenvolvimento de inovações. E essa é uma condição mais comum do que possa parecer.
É comum que um colaborador que detém algum conhecimento diferenciado, o chamado “pulo do gato”, relute em compartilhá-lo com os seus colegas. Por que será que isso acontece?
Eu não sou um especialista, mas acredito que esse comportamento tem muito a ver com a chamada “Hierarquia das Necessidades de Maslow”, também conhecida como “Pirâmide de Maslow”. Segundo essa teoria, proposta pelo psicólogo americano Abraham Maslow, em meados do século passado as necessidades humanas podem ser classificadas em cinco categorias sobrepostas, conforme o demonstrado na figura:


O que um conhecimento diferenciado traz para o colaborador?
Em minha opinião a fisiologia não é afetada por esse comportamento.
A sensação de segurança pode ser aumentada, pois enquanto ninguém sabe o que eu sei a empresa depende de mim.
Não tenho certeza de como o andar superior da escala, que trata de amor e relacionamento pode ser afetado. Já sensação de poder, remete diretamente ao quarto degrau da pirâmide.
Se as empresas quiserem estabelecer um ambiente de compartilhamento de conhecimento entre os seus colaboradores, precisam criar instrumentos que superem essas necessidades.
O colaborador tem que saber e confiar que a manutenção de seu emprego não vem de uma chantagem, mas sim da sua contribuição com o crescimento coletivo de todos os demais colaboradores que leva ao crescimento da empresa. Mesmo porque um conhecimento que hoje é importante pode ser rapidamente ultrapassado e descartado.
O colaborador tem que entender que o seu valor para a empresa, não vem do seu conhecimento “embarcado”, mas sim da sua capacidade de difundir esse conhecimento, de mesclar esse conhecimento com outros, e a partir desta mescla, construir outros conhecimentos.
Mas acima de tudo, a empresa tem que levar o colaborador para o topo da pirâmide de Maslow, em busca da realização pessoal, onde a criatividade e colaboração afloram naturalmente.
Esse processo de elevar o colaborador ao longo da pirâmide, ajudando-o a superar as suas resistências é uma etapa fundamental no que chamamos de Gestão do Conhecimento, que é fundamental para a inovação.
Como já diziam os Professores José Carlos Barbieri e Antonio Carlos Teixeira Da Fundação Getulio Vargas:
“...inovação é um processo interpessoal. Transformar idéias em produtos, serviços e processos requer a organização de diferentes atividades a serem executadas por diferentes pessoas, jamais poderá ser o resultado de um trabalho solitário. Por isso se diz que pessoas inventam e organizações inovam

Se nosso objetivo é inovar, precisamos colaborar e compartilhar conhecimentos.

4 comentários:

  1. Oi Prof Larúbia,
    excelente a associação de inovação com gestão do conhecimento. Faz a gente pensar muito além das tecnologias de colaboração. Para haver compartilhamento precisamos de um ambiente especial. Parabéns pela reflexão!
    Um abraço!

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  2. Oi Prof Larúbia, pensando aqui. Poderia dar umas dicas de como se fazer isso numa organização? Valeu!

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  3. Eu bem que gostaria de já ter essa resposta, mas acho que ainda precisamos trabalhar para encontrá-la

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  4. Caro A.C. Larubia,

    Ao cruzar-me com o seu blogue a partir do meu (o valor das ideias) vi que há acasos felizes.
    Eu tenho um interesse muito grande pela problemática da inovação (como se estimula, como se gera, parques de ciência e tecnologia, etc) e ao descobrir que o seu blogue é sobre isso pode contar com a minha visita! Vou adicionar aos favoritos do meu.

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