sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Conversa em Sânscrito Arcaico



- Você esta falando grego!!



Quando ouvimos essa afirmação já sabemos que o outro lado da conversa não esta entendendo o que tentamos dizer. E essa é uma situação bastante comum.

O nosso pensamento, e consequentemente a nossa fala, esta diretamente contaminada pelos nossos valores, e esses mesmos valores, constroem filtros que interpretam tudo que ouvimos.

Por isso, muitas vezes quando alguma coisa não se encaixa nos nossos valores, não conseguimos entender.

Algumas vezes, as idéias são tão estranhas, que parecem que estão sendo ditas em grego. Bom, pelo menos existem dicionários grego-portugues

E o que isso tem a ver com inovação? É que muitas vezes inovação não é apenas grego, é sânscrito arcaico!

Há algum tempo eu vi um documentário que declarava que na chegada dos europeus à America, os nativos não enxergavam os navios. Não que eles não estivessem ali, mas como eles não tinham referencias previas, eles não conseguiam definir o que era aquilo e acabam não vendo os navios.

Agora imagine um empreendedor da novíssima geração, tentando explicar um novo modelo de negócios à um profissional da velha como eu. É preciso muito esforço, paciência e atenção para que essa conversa não se transforme em um papo em sânscrito arcaico.

Recentemente conversei com um jovem cujo negocio era reunir informações sobre manifestações artísticas que acontecem em um determinado período na cidade, organizá-las e diagramá-las com espaços para publicidade, no verso de um cartaz que é uma reprodução de uma destas manifestações artísticas. A receita vem da venda destes espaços publicitários, que é suficiente para bancar a operação de coleta de informações, a diagramação, a impressão e a distribuição dos cartazes em locais freqüentados por pessoas que se interessam por esse tipo de manifestação.

Em uma primeira analise, influenciado pelos meus valores pessoais, fui capaz de formular inúmeros pontos negativos ao projeto, mas iluminado por uma sabedoria superior, usei as minhas duas orelhas para ouvir mais, ao invés de falar “bobagens” com a minha única boca.

Na minha referencia pessoal esse negocio não se sustenta, mas eu tenho que considerar que não tenho todas as respostas, não sei como as pessoas que apreciam esse tipo de manifestação artística se comportam, quais as suas premissas, os seus conceitos, os seus valores.

Tive que reconhecer que poderia ter um super petroleiro na minha frente, e por causa dos meus valores pessoais, eu não conseguia vê-lo.

Minha sugestão, para esse empreendedor foi simples: buscar mais conhecimento sobre os seus potenciais clientes para alinhar as expectativas deles com as possibilidades de retorno do seu negocio, e principalmente procurar responder aquelas perguntas básicas:

• Meu produto ou serviço pode interessar a alguém?
• Esse alguém esta disposto a pagar para ter esse produto ou serviço?
• O que eles estão dispostos a pagar é suficiente para cobrir os meus custos e me proporcionar algum lucro?

Por que no final das contas, como diz a minha amiga Viviane Vilela, do Blog “Beco com Saída” :



- Tudo pode dar dinheiro, depende do processo!

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